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sábado, 21 de janeiro de 2012

Sou humano, não perfeito!

"Sou humano, não perfeito!"

Essa foi a frase que li hoje cedo quando entrei no Facebook. Desde então a palavra PERFEIÇÃO não parou de ecoar na minha mente. Que palavra é essa? Existe isso mesmo? O ser humano pode alcançar o estado de perfeição na vida? O que significa ser perfeito?

O termo Perfeição deriva do latim perfectione e caracteriza um ser, ou algo, que reúne todas as qualidades e não tem nenhum defeito, nos dando a noção de completude, designando uma circunstância que não possa ser melhorada ainda mais, por já ser completa em si mesma, sendo considerada assim como uma reunião de todas as disposições sujeitas a uma unidade harmoniosa.

A perfeição é um estado inalcançável ao homem, não passa de utopia. Contudo é ético e sadio buscar atingir esse estágio, o que de toda forma o ser humano tem feito durante sua existência, através da filosofia, religião, ciência, etc.

Objetivamente, é através da arte que o homem mais tem expressado esse anseio, até mais do que por meio da fé. O conceito de perfeito esbarra na estética, um dos prícipios mais profundos da arte. E mesmo assim ser perfeito é ser como uma estátua que possui características estéticas irretocáveis, não ofende ninguém, não tem preocupações, não tem defeitos, não tem vida.

Imperfeição faz parte da finitude humana, das experiências físicas e emocionais e contribuem na formação do seu caráter enquanto vive, sem jamais encontrar a perfeição. Se prestarmos bastante atenção veremos que nada é realmente "perfeito". Sempre vai existir uma falha ou deficiência em algum ponto, num determinado momento, trazendo à tona aquela sensação de que poderia ser melhor.

O homem que sabe reconhecer os limites da sua própria inteligência está mais perto da perfeição. (Johann Goethe)

Devemos considerar também que não deixa de ser conveniente, aceitar a idéia de "perfeição". É uma questão pessoal e de momento. Alimentar o sonho sadio de que podemos alcançar a perfeição é válido, mas sem se iludir muito com isso. Reconhecer que sempre estamos tentando fazer o melhor que podemos é um passo rumo a esse estado humanamente utópico. Melhor mesmo é considerar a idéia do "humanamente possível" para as circunstâncias que podemos controlar, influenciar e transformar, deixando a idéia do "perfeito absoluto" para Deus, que revela a perfeição da “coroa da criação”, cada vez que busca regenerar a humanidade de sua imperfeição (Tg 3.2) à condição edênica do primeiro homem através de Jesus, seu Filho e Salvador do mundo.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Vamos trocar as armas por flores e livros?

Se olharmos à nossa volta perceberemos que a humanidade segue um rumo totalmente contrário ao desejo de Deus. Embora saibamos que as guerras, a fome, as doenças, a morte e tudo o mais de ruim que acontece no mundo hoje fazem parte das profecias bíblicas é pertinente dizer que não é o que o Senhor planejou para o homem.

A corrupção humana tem deteriorado o pouco que ainda lhe resta de integridade, caráter e dignidade, além de fazer a natureza gemer com dores de parto (Rm. 8.22), mostrando que o homem não consegue nem preservar o que lhe é essencial para sua sobrevivência. Verdadeiras sanguessugas é o que somos. Sugamos uns dos outros, do planeta e ainda queremos sugar de Deus.

Vivemos em um estado generalizado de pecaminosidade, seja dentro ou fora da igreja, independente de credo, ideologia política, classe social, raça, escolaridade. E observando melhor dá para entender que em tudo somos iguais, a hominalidade prevalece porque assim é que somos.

Agora pensemos juntos: vale à pena deixar que a essência humana se perca e nos tornemos como bestas feras sempre a espreita do pecado e da maldade, sabendo que podemos ser melhores e ir muito além do que somos hoje pela graça infinita de Deus e que “os olhos de Deus não se pode tapar, que o juízo de Deus não se pode comprar”?

Temos a máquina mais perfeita já criada e ainda existente na face da Terra que é o nosso cérebro capaz de unir nossa mente com a de Cristo e que nos capacita a pensar, aprender e criar.

É hora de arregaçar as mangas e fazermos a diferença seguindo na contramão do sistema. Vamos trocar as armas por flores e livros, gerando assim uma revolução cultural respaldada por Deus e embasada na criatividade do céu como resultado da expressão íntima do homem frente às questões que o relacionam consigo mesmo, com o próximo e com o Criador, revelando o eterno e o sagrado, sem perder a liberdade e a alegria de ser humano. E assim o mundo possa perceber e dizer:

“Estes que têm subvertido o mundo, chegaram também aqui.” (At. 17.6)

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Aos ouvidos dos sensíveis de coração

 Está faltando poesia no mundo? Com certeza não. O lirismo é que está adormecido, para não dizer perdido, na dureza do coração humano. Quem acredita no olhar do poeta? Quem vivência as experiências do poeta? Poucos são aqueles que se permitem ouvir a voz destinada "aos ouvidos dos sensíveis de coração". 

A simplicidade liríca descomplica a vida, mas "o mundo anda tão complicado" que é a traça quem se alimenta do lirismo empoeirado nas estantes. As bibliotecas estão vazias, ninguém tem tempo para ouvir as vozes dos mestres desencarnados impressas nas páginas dos livros. Será que ao menos, na era tecnológica que vivemos, alguém irá ler esse texto, ou de tantos outros que lutam para que a poesia continue viva hoje a nas gerações seguintes através dos sites, blogs e e-books?

Recuso-me a gastar meu tempo em frente a TV absorvendo uma cultura inútil a vida humana, ou seguir a multidão frenética atrás dos trios elétricos cantando  refrões que não dizem nada, e que somente demonstram o nível da irracionalidade humana.

Faço parte do grupo da poesia, da poesia escondida, mas que se revela aos que a procuram seja no reino das palavras, seja no bolso dos poetas, seja na viagem interior em si mesmo, pois os p(r)o(f)etas, continuam revelando ao mundo o amor, a esperança e a paz através da literatura mais mística e transcedental que existe: A POESIA.


NOITE DE CARNAVAL

Não cantarei a canção da noite
Nem escutarei as marchinhas do carnaval lá fora.
Cantarei o hino dos poetas desencarnados
Escutarei seus versos que ecoam nas antologias em cima da minha escrivaninha.
Desligarei o meu computador
Abrirei o meu caderno em uma página qualquer e rascunharei alguma coisa que faça-me sentir mais próximo dos mestres.
Contamino-me com o vírus do lirismo sem pieguice,
Vejo-me aprisionado em suas idéias
E solto nos versos que saltam desse meu eu
Que alforriado pelo modernismo de uma era passada
Vive a liberdade poética em um poema qualquer.
 

Canto a canção da vida na noite chuvosa de hoje.
Sou apenas mais um. Se poeta, não sei.
Sou somente eu mesmo,
Sem sol para me iluminar,
Sem lua para me apaixonar,
Mas com uma vontade louca de ser verso sem rima e sem ponto final,
Sem medida, seguindo o ritmo da bateria
Do bloco inquieto e inconformado com a mesmice.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Capitalismo espiritual

 

 Outro dia, enquanto me dirigia ao trabalho pela manhã, percebi que uma nova igreja havia sido inaugurada na rua principal do bairro onde moro. Porém o que me chamou mais atenção foi o fato dela estar localizada bem ao lado do templo de uma das igrejas mais tradicionais do local, e só não estavam “coladas” parede com parede, por que havia um pequeno beco estreito separando os dois prédios.

Então percebi que na verdade apenas na rua principal existiam pelo menos nove templos evangélicos. Senti-me em uma avenida de comércio, podendo escolher a loja (templo) que tivesse os melhores produtos, formas de pagamento e atendimento conforme o meu gosto.

E na verdade é isso que está ocorrendo hoje em dia, as igrejas estão disputando (quase a tapas) os fregueses (moradores do bairro). Promovem eventos, às vezes até no mesmo dia, penduram cartazes, fazem propaganda, só não cumprem o objetivo real para o qual são estabelecidas. Você pode ficar a vontade para escolher, tem de todas as denominações - um dos principais males que impedem o evangelho de se expandir – também pode se escolher de acordo com a classe social, ou as bênçãos que se quer alcançar, seja prosperidade, saúde, ou quem sabe, em uma ou outra, a salvação.

A verdade é que as igrejas são concorrentes umas das outras e ganha aquela que melhor fizer seu marketing, enquanto o povo ignorante, se deixa levar pelo "capitalismo" espiritual, que na verdade consome a carne, a alma e o espírito ao invés de salvar o homem.